quarta-feira, 1 de maio de 2013

Moçambique (4) - Machimbombos

Para além dos chapas a que nos referimos no post anterior, há o autocarro de transporte público que em Moçambique (e em Angola) é designado por machimbombo (ou maximbombo). A palavra, ao que defendem alguns autores, tem origem no inglês machine pump (bomba mecânica) ou origem onomatopaica. A palavra pode ainda significar qualquer veículo pesado e ronceiro. Face à idade que a maioria dos autocarros que circulam em Moçambique apresenta, estou crente que este último significado se ajustará perfeitamente aos mesmos, em especial no que à ronçaria respeita.
Tal como os chapas, os machimbombos fazem serviço no interior de Maputo, entre locais previamente definidos, constando as suas designações no exterior dos veículos, como em qualquer cidade do mundo.





De igual modo, há machimbombos que fazem a ligação entre cidades e povoações distantes entre si, percorrendo, deste modo, por vezes, centenas de quilómetros.

 
Apesar de se poderem ver alguns autocarros em muito bom estado e até novos, em regra, a maioria dos veículos afectos ao transporte público, não é realmente um primor, levando-nos a pensar que neste sector, como em tantos outros, à situação não terá sido alheia a guerra civil, após a independência. Realmente, a guerra civil terá originado um agravamento das condições de pobreza, complicando a vida das pessoas e levando a um movimento de moçambicanos dos campos para a cidade, com prejuízo para elas e para a urbe. Por outro lado, por muito lento que fosse, na altura, o progresso a vários níveis da sociedade, ele mesmo terá sido, a nosso ver, decisivamente afectado por tal guerra.

4 comentários:

Rui Pascoal disse...

Moçambique tem enorme potencial, haja vontade...

SilvaRocha disse...

Exacto, Caro Amigo Pascoal. Resta saber como é que as riquezas obtidas a partir desse manancial vão ser distribuídas...

SilvaRocha disse...

Exacto, Caro Amigo Pascoal. Resta saber como é que as riquezas obtidas a partir desse manancial vão ser distribuídas...

Arnaldo disse...

É só uma achega, sem ferir susceptibilidades.
É natural o equipamento degradar-se com o tempo, mas na verdade, enquanto lá vivi, foram apenas doze anos, não me recordo de ver essa "qualidade" de machimbombos. Havia uma frota de transportes urbanos e para o exterior ( Rodoviária "SÁ") bem apetrechada, idêntica à das nossas cidades para a época, bem organizada, mas a "euforia", o desmando e a falta de autoridade permitiu a sua destruição.
Obrigado pela reportagem.