sexta-feira, 31 de maio de 2013

Moçambique (10) - Fim de semana na Suazilândia 4

Tal como deixei em aberto no último post, no Domingo daquele fim de semana, fomos visitar o Summerfield Botanical Garden logo pela manhã (os dias em África começam cedinho). Tem, no seu interior, um hotel e um restaurante com cafetaria, encontrando-se este último estabelecimento junto
Anúncio do Summerfield Hotel no início da alameda que lhe dá acesso
de um lago, o que, aliado às construções lacustres (passadiços e locais de repouso) próximas,
 proporciona uma beleza paisagística única.
Restaurante e cafetaria


Construções por cima do lago
O parque é harmonioso, beneficiando da coexistência dos lagos, da flora, das construções em madeira e das esculturas ora em metal, ora em pedra, espalhadas um pouco por todo lado e perfeitamente enquadradas com a paisagem.






É um jardim que reúne uma vasta colecção de plantas raras, apresentando algumas o exotismo floral próprio dos países africanos.

Depois da agradável visita ao Summerfield Botanical Garden, rumámos à capital, Mbabane, cidade com um centro moderno e prédios em construção, sendo os visitantes levados a pensar que estará a mesma em franca evolução.
Perto um do outro, tem dois bons e modernos centros comerciais e entre ambos um mercado tradicional de rua, a funcionar num espaço tipo parque de estacionamento e nos passeios à sua volta.

Contrastando com Maputo, a cidade apresenta-se limpa, sem os montes e pequenos focos de lixo  com que, a cada momento, nos deparamos na capital de Moçambique.
Viajando pela M3, estrada que nos levaria de volta a Manzini, onde havíamos passado na véspera em sentido contrário, estávamos a iniciar o regresso a Maputo.
Perto da cidade referida, almoçámos uma refeição ligeira, num shopping cujas traseiras ficavam sobranceiras ao Millenium Park, assinalado pelos símbolos da bandeira daquela.
Símbolos da bandeira de Manzini
Passando por Manzini, atravessámos, de novo, Steki, onde reabastecemos de combustível.

Carrinha com pessoas de um casamento
 Concluímos das duas vezes que parámos no posto de abastecimento de combustíveis da Galp, em Steki que o mesmo tinha um movimento apreciável de clientes. Desta segunda vez, constatámos que, para além de outros, se encontrava ali a meter gasóleo, um camião transportando tubos de pvc, uma carrinha Toyota descapotável transportando pessoas que participavam num casamento e um swazi solitário na sua viatura também daquela marca japonesa.
Automobilista aguardando a sua vez para abastecer a sua viatura

Note-se que quer em Moçambique, quer na Suazilândia temos tido a oportunidade de verificar que a maioria dos veículos automóveis são oriundos do Japão.
E foi exactamente numa carrinha Toyota Ipsum (do meu filho) que fizemos esta interessante viagem à Suazilândia e empreendemos, naquele dia 24 de Março, o regresso a Maputo.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Moçambique (9) - Fim de semana na Suazilândia 3

O percurso seguinte teve como objectivo, como antes referi, a House on Fire. Este local, onde em todo o canto e recanto, nos deparamos com a arte nas suas mais diversas manifestações, é o escolhido para a realização anual de um Festival de Artes, com predominância da Música, denominado por Bushfire (este é o site oficial). Curiosamente, será no próximo fim de semana (31 de Maio,1 e 2 de Junho de 2013) que se irá realizar o festival deste ano. E a família Rocha moçambicana (filho, nora e neta deste vosso escriba) lá estará presente para usufruir dos concertos musicais e da ambiência peculiar daquele espaço.
Mas, tal como antes aludi, naquele local, mesmo sem o festival a decorrer, está sempre presente uma miscelânea de objectos, móveis e recantos artísticos que não nos deixa indiferentes. Para quem gosta de fotografia, o manancial de motivos é tal que, a dado passo, nem sabemos para onde nos havemos de virar com a câmara...

House on Fire 1

House on Fire 2

House on Fire 3
Acabada a agradável visita, deslocámo-nos até ao alojamento previamente marcado, isto é, para o Timbali Lodge, em Ezulwini.

As duas «casinhas geminadas» onde pernoitámos

 
O lodge era bastante verde, com as «casinhas» espalhadas um pouco por todo o lado.
 















    Muito arborizado, apresentando muitas das árvores um colorido interessante resultante das flores que têm no seu cimo.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             Entretanto, chegada a hora adequada a este tipo de procedimentos essenciais à manutenção da vida sobre a Terra, resolvemos ir jantar ao restaurante contíguo ao lodge e que, por sinal, é um estabelecimento conceituado e bem conhecido e que dá pelo nome de Calabash Restaurant.


Um dos pratos da nossa refeição



No dia seguinte, domingo, depois de bem dormidos e com o pequeno-almoço tomado, rumámos ao Summerfield Botanical Gardens. Este jardim botânico será um dos temas do dia do regresso a Maputo que será relatado brevemente.

domingo, 26 de maio de 2013

Moçambique (8) - Fim de semana na Suazilândia 2

Após passagem por Manzini, tal como referi antes, seguimos para o tal espaço onde se podem ver artesãos em plena actividade, venda de artesanato e uma fábrica de velas de cera com diversas formas, com grande predominância de animais.

  
Pormenores do espaço, incluindo a WC para homens e deficientes (clicando sobre a foto, a mesma amplia)
 Repare-se que se aproveita a exposição das velas em forma de rinocerontes, para se publicitar uma campanha de combate à sua caça ilegal e, por outro lado, se faz a apologia da livre reprodução não só dos rinocerntes, mas também dos elefantes.

Banca de artesanato
  
Estatueta
Loja
Depois de almoçarmos e de termos visitado não só as bancas de artesanato, mas também as lojas, rumámos em direcção a House Fire de que darei nota no próximo post.


sábado, 25 de maio de 2013

Moçambique (7) - Fim de semana na Suazilândia 1

O fim de semana de 23 e 24 de Março, foi passado no pequeno Reino da Suazilândia (é uma monarquia), país da África Austral cercado pela África do Sul em quase toda a sua extensão e a leste por Moçambique. A sua área total cifra-se em 17.364 Km2 e tem como capital a cidade de Mbabane.

Reino da Suazilândia (espaço amarelo indicado pela seta)
 A sua população ronda os 1.130.000 habitantes, sendo que, infelizmente, 1/3 dos adultos é portador do vírus HIV. As línguas oficiais são o inglês e o suázi.
A moeda é o lilangeni suazi que vale o mesmo que o rand sul-africano.
 
Atravessámos a fronteira de Goba, mais distante de Maputo do que a da Namacha, atento o facto de o acesso a esta última estar, na altura, afectada pela destruição de uma ponte com as cheias que se haviam registado algum tempo antes.
Já na Suazilândia, tivemos a oportunidade de confirmar que o país vive basicamente da agro-pecuária. Na realidade, em qualquer curva da estrada poderia aparecer uma manada de pachorrentas vaquinhas ou até poderia uma qualquer resolver atravessar de um lado para o outro, a correr, à frente dos veículos em circulação no local.
As vaquinhas suazi
Em Steki, primeira localidade após a passagem da fronteira e onde nos abastecemos de combustível, foi-nos dado constatar a existência de um «Bem Vindo Talho» e de verificar que o posto de abastecimento de combustíveis ostentava a marca «Galp». Aliás, era esta marca portuguesa a dominante nas bombas de gasolina por onde passámos.
 Steki - «Bem vindo talho»  
Steki - Posto de abastecimento «Galp»
Seguimos, com passagem em Manzini,
Manzini
em direcção a um espaço arborizado e diversas construções, situado na região de Malkerns Valley, onde se encontram artesãos a trabalhar a madeira, muitas bancas de venda de artesanato e uma fábrica de velas de cera. Como também aí está instalado um restaurante, foi lá que almoçámos. Mas sobre esta parte da visita, falarei no próximo post.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Moçambique (6) - Feira do Pau e FEIMA

O artesanato, em Moçambique, está presente em todo o lado.
 Nas ruas principais de Maputo, junto aos cafés e restaurantes, são dezenas, para não dizer centenas, os jovens que se dedicam à venda, entre muitos e muitos outros produtos, de artigos de artesanato.
Venda no passeio
Vendedores ambulantes de artesanato





 Uns com os artigos expostos no passeio, outros andando de um lado para o outro, oferecendo-os em «regime de venda ambulante».  
                                                                                                    
Feira do Pau

Feira do Pau


Entretanto,  realiza-se, todos os sábados, na Praça 25 de Junho (na Baixa, perto do Museu da Moeda e da Av. 25 de Setembro) a famosa Feira do Pau, onde se concentra um apreciável número de vendedores de artesanato.
Feira do Pau
 São muito diversos os artigos expostos para venda, na referida feira.     Transaccionam-se, nomeadamente esculturas em madeira, osso e pedra, pinturas a óleo e aguarelas, batikes, capulanas e objectos feitos a partir das mesmas, cestaria e bijuterias.

Em Novembro de 2010, no Parque dos Continuadores, com entradas na Av. Mártires da Machava e na Av. Armando Tivane (ambas perpendiculares à Av. Mao Tse Tung) foi implantada, de forma permanente, a FEIMA - Feira Internacional de Maputo (Feira de Artesanato, Gastronomia e Flores).
Durante todos os dias da semana, (e não somente ao sábado, como a Feira do Pau) encontram-se, naquele espaço, mais de uma centena de bancas de artesanato, sendo que, no último fim de semana de cada mês se realiza a feira de gastronomia, sendo maioritariamente ali servidos (ou «vendidos para fora») pratos tipicamente moçambicanos.

FEIMA

FEIMA
FEIMA

FEIMA

 No referido parque há um restaurante italiano («Mamma Mia»), com uma boa esplanada que, para além das massas e pizzas, serve comida de Moçambique que, segundo familiares que vivem em Maputo há muitos anos e com quem tivemos o prazer de lá almoçar um dia, é de muito boa qualidade.
E efectivamente gostámos da Matapa com Caranguejo e do Timbawene com Camarão, acompanhados  com umas cervejolas Laurentina. Para além desta boa cerveja fabricada em Moçambique, também a 2M é bastante conhecida.






sexta-feira, 3 de maio de 2013

Moçambique (5) - Táxis e tchopelas

Sempre que se proporcionou, encontrando-se o Manel e a Ana a trabalhar, íamos, a pé, tomar café, relativamente perto de casa ou até ao jardim/parque de Sommerschield, onde há baloiços e onde a Inês poderia brincar.

 Parque de Sommerschild

Noutras ocasiões e quando pretendíamos passear noutras zonas da cidade ou visitar algum local em especial, deslocávamo-nos de táxi.

Andámos ainda e por diversas vezes,  de moto-táxi (tchopela).


O custo das viagens de táxi e de tchopela eram sensivelmente iguais, tendo sido 200 Mts (200 meticais) o preço mais elevado que pagámos para os percursos mais longos. Convirá aqui referir, uma vez que poderá haver quem desconheça, que o metical é a moeda moçambicana e que 1 euro vale, nesta altura,cerca de 40 meticais.


 Nos dias de mais calor, as viagens de tchopela tornavam-se mais agradáveis do que as de táxi, uma vez que havia mais ventilação e, por outro lado, era muito mais fácil fotografar.
Depois de falar com a empregada lá de casa, a simpatiquíssima Judite, concluí que a senhora que se vê nesta fotografia, com um produto branco na cara, o usava para tratamento da pele, nomeadamente para ocultar as rugas. Mais me informou que, em princípio, seria a mesma originária do norte de Moçambique, uma vez que é especialmente aí que se usam estes processos naturais dermatológicos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Moçambique (4) - Machimbombos

Para além dos chapas a que nos referimos no post anterior, há o autocarro de transporte público que em Moçambique (e em Angola) é designado por machimbombo (ou maximbombo). A palavra, ao que defendem alguns autores, tem origem no inglês machine pump (bomba mecânica) ou origem onomatopaica. A palavra pode ainda significar qualquer veículo pesado e ronceiro. Face à idade que a maioria dos autocarros que circulam em Moçambique apresenta, estou crente que este último significado se ajustará perfeitamente aos mesmos, em especial no que à ronçaria respeita.
Tal como os chapas, os machimbombos fazem serviço no interior de Maputo, entre locais previamente definidos, constando as suas designações no exterior dos veículos, como em qualquer cidade do mundo.





De igual modo, há machimbombos que fazem a ligação entre cidades e povoações distantes entre si, percorrendo, deste modo, por vezes, centenas de quilómetros.

 
Apesar de se poderem ver alguns autocarros em muito bom estado e até novos, em regra, a maioria dos veículos afectos ao transporte público, não é realmente um primor, levando-nos a pensar que neste sector, como em tantos outros, à situação não terá sido alheia a guerra civil, após a independência. Realmente, a guerra civil terá originado um agravamento das condições de pobreza, complicando a vida das pessoas e levando a um movimento de moçambicanos dos campos para a cidade, com prejuízo para elas e para a urbe. Por outro lado, por muito lento que fosse, na altura, o progresso a vários níveis da sociedade, ele mesmo terá sido, a nosso ver, decisivamente afectado por tal guerra.