Ainda sobre o «Pintor Gata», como complemento aos dados biográficos anteriormente avançados, poder-se-ão adiantar outros elementos de interesse. Assim, os seus oito filhos foram: Tadeu, Maria das
Dores, José, Francisco, Eugénia e Rosa (nascidos em Espanha), e ainda
Francisca e Doroteia, nascidas mais tarde em Viseu.
Como exímio pintor retratista atingiu grande notoriedade, foi nomeado,
em 1818, como primeiro Diretor da Escola de Desenho de Santo Eloy, em
Salamanca.
Em 1826 regressa a Viseu, continuando a sua atividade com grande
notoriedade. Faleceu cinco anos depois, deixando uma vasta obra dispersa
e sobretudo uma descendência que continuou a sua ação artística.
Estilisticamente, embora ainda modelada pelo Barroco, a obra de José de
Almeida Furtado aponta para o neoclassicismo, com um forte sentido
académico, depuração, racionalismo e rigor técnico, particularmente
evidentes nos retratos de pequena dimensão e nas miniaturas. Os seus
auto-retratos, que não deixam de ser retratos psicológicos, celebram-no
como um homem liberal, de gestos livres, nada formal, cabelo e roupas um
pouco desalinhadas tão ao gosto dos “modernos” franceses, dando conta
de um tempo de revolução, de paixões e sofrimentos violentos, e de uma
inquietude que lhe é característica. À exceção de Francisco, todos os filhos de José de Almeida Furtado
tiveram ligação ao mundo das artes, destacando-se: Tadeu Maria de
Almeida Furtado (1813-1901) – miniaturista, professor e ensaísta; Maria
das Dores (m.1842) e, sobretudo, Francisca de Almeida Furtado
(1827-1918), a grande sucessora de seu pai como miniaturista e que
atingiu grande reputação no seu tempo. A convite de D. Maria II e de D.
Fernando de Saxe-Coburgo, Francisca esteve em Lisboa e pintou retratos
dos soberanos, de membros da Família Real, de Alexandre Herculano e
outras figuras relevantes da sociedade portuguesa da época.
E eis o retrato de D. Eugénia Cândida da Fonseca, 1ª Baronesa da Silva, feito por José de Almeida Furtado, referido em post anterior e que, acérrima defensora do liberalismo terá dado água pela barba aos absolutistas.
1 comentário:
Não conhecia este pintor (se eu fosse a retratada só pagava o quadro se ele tirasse o "buço"!)
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