O meu conceito de artista fundamenta-se na simplicidade dos actos ou motivações, que produzem no individuo a necessidade de exteriorizar algo que lhe vai na alma, ajuizando bem, sem a influência dos "entendidos", vendo, observando e apreciando sob intervenção apenas dos nossos sentidos, até encontrar na nossa análise, livre de preconceitos, a justa qualificação das obras que observamos.
Há, nomeadamente no campo das artes e, mais precisamente, no domínio da pintura, trabalhos que não correspondem minimamente à nossa sensibilidade do que é arte.
Não estarei só, ao pensar deste modo, na presença de trabalhos, que mais parecem um despejar de pinceladas, eventualmente tentando produzir um conjunto colorido agradável à vista. Que me desculpem os seus autores, mas na minha perspectiva não merecerão nunca o atributo de artista.
Já é possível fazer coisas admiráveis hoje em dia, mas ainda não é possível construir edifícios começando pelo telhado. Quero com isto dizer, que há que demonstrar primeiramente algum talento, produzir com qualidade, engenho e arte, obras que sensibilizem o mais comum dos mortais, evidenciando perfeição, cativando espanto e admiração, para não se cair na vulgaridade, em que só se observa cor e pinceladas.
É preciso trabalhar muito, ser paciente e observar com rigor quando se produz, por forma a melhorar continuamente, visando o perfeiçoamento até que nos apreciem essas características. Aí sim, correr-se-á o risco de ser considerado artista.
Gostaria de poder pensar pertencer um dia ao grupo daqueles que têm efectivamente este dom de artista.
Por enquanto, resta-me ir treinando, sem essa miragem no horizonte...
2 comentários:
O horizonte não está tão longe como pensa,por vezes temos é medo de lhe tocar.Vamos ser mais confiante porque o Dom a que se refere está lá,e em grande.Beijinho
Partilho em tudo o que foi escrito à excepção do penúltimo parágrafo. Para mim, leigo mas sensível, o Sr. Arnaldo Barateiro possui esse dom e já é um grande artista.
Parabéns!
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