sábado, 5 de novembro de 2011

José de Almeida Furtado - o Gata - 2

Ainda sobre o «Pintor Gata», como complemento aos dados biográficos anteriormente avançados, poder-se-ão adiantar outros elementos de interesse. Assim, os seus oito filhos foram: Tadeu, Maria das Dores, José, Francisco, Eugénia e Rosa (nascidos em Espanha), e ainda Francisca e Doroteia, nascidas mais tarde em Viseu. Como exímio pintor retratista atingiu grande notoriedade, foi nomeado, em 1818, como primeiro Diretor da Escola de Desenho de Santo Eloy, em Salamanca. Em 1826 regressa a Viseu, continuando a sua atividade com grande notoriedade. Faleceu cinco anos depois, deixando uma vasta obra dispersa e sobretudo uma descendência que continuou a sua ação artística. Estilisticamente, embora ainda modelada pelo Barroco, a obra de José de Almeida Furtado aponta para o neoclassicismo, com um forte sentido académico, depuração, racionalismo e rigor técnico, particularmente evidentes nos retratos de pequena dimensão e nas miniaturas. Os seus auto-retratos, que não deixam de ser retratos psicológicos, celebram-no como um homem liberal, de gestos livres, nada formal, cabelo e roupas um pouco desalinhadas tão ao gosto dos “modernos” franceses, dando conta de um tempo de revolução, de paixões e sofrimentos violentos, e de uma inquietude que lhe é característica. À exceção de Francisco, todos os filhos de José de Almeida Furtado tiveram ligação ao mundo das artes, destacando-se: Tadeu Maria de Almeida Furtado (1813-1901) – miniaturista, professor e ensaísta; Maria das Dores (m.1842) e, sobretudo, Francisca de Almeida Furtado (1827-1918), a grande sucessora de seu pai como miniaturista e que atingiu grande reputação no seu tempo. A convite de D. Maria II e de D. Fernando de Saxe-Coburgo, Francisca esteve em Lisboa e pintou retratos dos soberanos, de membros da Família Real, de Alexandre Herculano e outras figuras relevantes da sociedade portuguesa da época. 
E eis o retrato de D. Eugénia Cândida da Fonseca, 1ª Baronesa da Silva, feito por José de Almeida Furtado, referido em post anterior e que, acérrima defensora do liberalismo terá dado água pela barba aos absolutistas.

 

1 comentário:

redonda disse...

Não conhecia este pintor (se eu fosse a retratada só pagava o quadro se ele tirasse o "buço"!)